Descubra como evitar a Doença da Folha Verde do Tabaco

Intoxicação é comum no processo da colheita e manipulação das folhasConhecida pela sigla GTS (Green Tobacco Sickness), a Doença da Folha Verde do Tabaco é uma intoxicação aguda moderada causada pela absorção de nicotina quando a pele entra em contato com a folha úmida do tabaco. Segundo o médico do Trabalho e doutorando em Genética Toxicológica, Dr. Jodel Alves, a falta de conhecimento e de um sistema médico de registro das enfermidades induz ao erro de diagnóstico:

– Os sintomas do GTS são semelhantes aos de intoxicação por agrotóxicos. É comum a confusão, uma vez que não existem na classe médica e no serviço de saúde esclarecimentos e treinamentos sobre esta enfermidade, o que seria de fundamental importância na região produtora de tabaco – afirma.

A exposição à nicotina acontece no contato da pele com a resina da planta nas folhas de tabaco durante alguma etapa de manuseio: colheita, desponte, recolhimento da lavoura ou carregamento das estufas e galpões de cura. De acordo com o Dr. Alves, a colheita e o manuseio das folhas úmidas sem o uso de roupas e luvas próprias aumentam o risco de contágio, assim como as lesões de pele podem aumentar os riscos:

– As lesões de pele aumentam a absorção. Minha pesquisa demonstrou até o momento que ainda existem produtores que colhem a planta úmida e sem a vestimenta correta, favorecendo o contágio.

Penetrando pela pele, a nicotina é transportada até os vasos sanguíneos, provocando sintomas passageiros e que variam em intensidade e persistência de acordo com cada indivíduo e o grau de exposição: náuseas, vômitos, tonturas, dor de cabeça, diarreia, perde de apetite, dor abdominais, visão embaçadas, lacrimejamento, abatimento, dificuldade para respirar, alteração na frequência cardíaca e pressão sanguínea.

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A intoxicação pode ser prevenida com a utilização das vestimentas de náilon impermeável para a colheita do tabaco. De acordo com Darci da Silva, engenheiro agrônomo e assessor técnico do SindiTabaco que participou de todas as etapas do estudo:

– Os resultados foram muito positivos. O estudo comprovou cientificamente que a vestimenta de colheita assegura uma diminuição da exposição dérmica de 98%, sendo considerada altamente eficiente no controle do problema.
 
Estes trajes começaram a ser desenvolvidos em 2009, por iniciativa do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). A cor verde clara oferece conforto térmico e o desconforto com relação ao calor é diminuído com aberturas para ventilação nas costas da blusa. A luva nitrílica acompanha o kit e recomenda-se ainda o uso de chapéu e botas.